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Nas redes, a campanha bolsonarista para desacreditar as pesquisas

Ela vai de ataques a institutos com boa reputação à reprodução de enquetes que carecem de base científica

Por Ricardo Noblat

Reprodução

Se Bolsonaro em pessoa tenta desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, e para isso conta com a ajuda dos chefes militares, por que seus seguidores fanáticos não fariam a mesma coisa com institutos de pesquisas que dão Lula bem na frente de Bolsonaro na corrida pelo voto? Já está acontecendo.

Em grupos de WhatsApp e Telegram, em contas no Twitter alimentadas por robôs e em canais no YouTube, bolsonaristas se valem de todos os recursos possíveis, alguns bizarros em excesso, para desqualificar pesquisas de institutos com boa reputação e disseminar outras que não merecem a menor confiança.

Não se acanham em divulgar até falsas pesquisas que dão larga vantagem a Bolsonaro sobre Lula, além de enquetes de origem desconhecida. A enquete carece de base científica, reflete a opinião dos que a respondem, que podem ser mais eleitores de um candidato do que do outro. É um passatempo. Seu valor é nenhum.

A extrema direita está há mais tempo nesse ramo que a esquerda com todos os seus matizes; sua expertise é grande. Se a eleição fosse decidida nas redes sociais, certamente Bolsonaro venceria de lavagem. Felizmente, não será. Quase tudo já se faz remotamente, menos votar. Ainda não há segurança para isso.

Ricardo Noblat é jornalista

 

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