Polícia

Líderes de facção presos são transferidos para o RDD por comandar crimes de dentro da cadeia

Medida foi implantada em decorrência da Operação Blood Money, deflagrada pela Polícia Civil, em março deste ano, na região dos municípios de Tapurah e Itanhangá

Foto: reprodução/Imagem Ilustrativa

Quatro líderes de facções criminosas foram transferidos para o regime disciplinar diferenciado (RDD), nesta segunda-feira (5) em decorrência da Operação Blood Money, deflagrada pela Polícia Civil, em março deste ano, na região dos municípios de Tapurah e Itanhangá.

Considerado como um regime mais rígido que o fechado, a ação é aplicável a presos que cometeram faltas graves ou crimes dolosos que causem subversão da ordem interna do presídio. Conforme apurado nas investigações, mesmo encarcerados, esses líderes continuavam a emitir ordens para a prática de crimes fora do sistema prisional, mantendo o controle sobre suas organizações criminosas.

De acordo com o delegado de Tapurah, Artur Almeida, a decisão da 5ª Vara Criminal de Sinop, somado ao trabalho investigativo da Polícia Civil e demais ações das forças de segurança, faz com que a facção perca força. “Essa medida representa um avanço significativo no enfraquecimento da facção. Ao retirar seus principais líderes de circulação e limitar drasticamente sua comunicação, comprometemos diretamente a cadeia de comando das facções, que tendem a se desorganizar sem a liderança ativa”, disse Artur.

Segundo o delegado, desde 2021, os municípios de Tapurah e Itanhangá, vêm sendo alvo de uma escalada de crimes violentos atribuídos à atuação dessas facções criminosas, como homicídios qualificados com requintes de crueldade, incluindo casos de decapitação e ocultação de cadáveres, além de tráfico de entorpecentes, torturas agravadas, assaltos à mão armada e furtos de armas de fogo.

Diante do cenário alarmante, diversas operações foram deflagradas, que possibilitaram a prisão de criminosos ligados a essas facções. Uma delas foi Operação Blood Money, que resultou no indiciamento de 43 pessoas por participação e financiamento das facções. A investigação revelou a atuação de líderes  que, mesmo presos na Penitenciária Central do Estado, continuavam a exercer comando sobre os demais membros.

Esses indivíduos, mesmo encarcerados, mantinham contato com outros líderes e subordinados em liberdade por meio de aparelhos celulares. A partir da prisão, coordenavam ações logísticas, repassavam ordens sobre o tráfico de drogas, administravam o controle financeiro da venda de entorpecentes e autorizavam a prática de outros crimes, evidenciando a complexidade e a ramificação da facção em território mato-grossense.

Diante da reunião de provas que foram obtidas, o delegado representou, perante a 5ª Vara Criminal de Sinop, pela inclusão desses indivíduos no regime disciplinar diferenciado.

Leiagora

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