Polícia

PM suspeito de matar esposa a tiros fica em silêncio durante depoimento após se entregar

O delegado contou também que a PM retirou a arma da casa do pai do suspeito, onde ele havia deixado o objeto após o crime.

PM suspeito de matar esposa a tiros fica em silêncio durante depoimento após se entregar

O policial militar Ricker Maximiano de Moraes, suspeito de assassinar a esposa Gabrieli Daniel de Moraes, de 31 anos, com disparos de arma de fogo nesse domingo (25), em Cuiabá, se entregou à Polícia Civil nesta segunda-feira (26), mas optou por permanecer em silêncio durante o interrogatório. A informação foi confirmada pelo delegado Edson Pick, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso.

Ricker era considerado foragido desde o crime, que ocorreu dentro da residência do casal. Além disso, o delegado Edson Pick já havia denunciado uma possível interferência por parte da própria corporação militar no andamento das investigações. Segundo ele, policiais militares foram até a casa do pai do suspeito logo após o crime e teriam retirado do local a arma usada para matar Gabrieli, o que pode configurar tentativa de obstrução de justiça.

“A Polícia Militar veio aqui e retirou a arma de onde ele a tinha deixado. Então, mais uma vez, a Polícia Militar mexeu na cena do crime”, declarou durante entrevista à imprensa logo depois do crime. O delegado destacou que a ação compromete o andamento das investigações. “Isso atrapalha demais”, afirmou, alegando que não sabia quem havia retirado a arma.

Gabrieli foi assassinada com ao menos dois tiros. A perícia esteve no local e o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).

Histórico de violência

Essa não é a primeira vez que Ricker Maximiano se envolve em um caso polêmico com uso de arma de fogo. Em setembro de 2023, ele matou a tiros um cachorro da raça American Bully, alegando que o animal teria atacado sua filha. O episódio gerou repercussão nas redes sociais e dividiu opiniões sobre o uso desproporcional da força.

Agora, a investigação segue para apurar as circunstâncias do feminicídio e a possível conivência de integrantes da corporação militar no manejo da cena do crime. O caso é tratado com prioridade pela DHPP.

Gabrieli deixa uma filha e familiares. O Ministério Público e a Corregedoria da Polícia Militar também devem ser acionados para apurar as denúncias de interferência.

Leiagora
Foto: Serginho Lapada

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