Polícia

Reunião com secretárias e vereadoras deve definir funcionamento do atendimento às vítimas de violência doméstica

Segundo Maysa Leão, o espaço centralizado no HMC não é suficiente para atender a demanda que cresce a cada dia.

<Font color=Orange> Vídeos </font color> | Reunião com secretárias e vereadoras deve definir funcionamento do atendimento às vítimas de violência doméstica

À esquerda vereadora Maysa Leão (Republicanos), e à esquerda vereadora Michelly Alencar (União).

O fechamento de duas unidades de atendimento ás vítimas de violência doméstica por parte da Prefeitura de Cuiabá continua sendo um assunto debatido na Câmara de Cuiabá, que tem oito mulheres vereadoras. Ficou definido que em junho terá uma reunião com as secretárias de Assistência Social, Direitos Humanos e Inclusão, Hélida de Oliveira; da Mulher, Hadassah Suzannah; e de Saúde, Lúcia Helena Sampaio, para saber quais providências serão tomadas com relação ao fato.

De acordo com a vereadora Maysa Leão (Republicanos), o objetivo do encontro é, além de retomar os atendimentos descentralizados, formar um comitê de acompanhamento do enfrentamento à violência de gênero na capital, para que, em agosto, o grupo possa entregar propostas de políticas públicas concretas.
“É importante entender que trabalho em rede não é apenas disponibilizar psicólogos e profissionais pulverizados. A gente precisa de atendimento 24 horas, descentralizado, para que a mulher lá do Pedra 90, que sofreu uma violência, consiga chegar rapidamente a uma porta aberta 24 horas”, defendeu.

Contrária à medida da Prefeitura de Cuiabá de centralizar os atendimentos no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), Maysa também defendeu, nesta quinta-feira (22), que os acompanhamentos voltem a ser realizados nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Verdão e Leblon.

Segundo a parlamentar, que realizou uma vistoria no espaço de acolhimento à mulher do HMC na quarta-feira (21), o local não tem capacidade para absorver toda a demanda do município.

 

 

“O HMC faz um atendimento, hoje, substancial, mas, mesmo assim, não daria para absorver os cerca de 310 atendimentos que aconteciam nas UPAs […]. E a gente precisa entender que, infelizmente, todos os dias novas mulheres entram na rede”, pontuou.

Ativista dos direitos das mulheres, Maysa Leão defende que Cuiabá atue nos moldes da rede nacional de acolhimento à mulher. Ou seja, além da área da saúde, que o município seja capaz de garantir segurança e os direitos das mulheres em situação de violência. A proposta inclui um trabalho conjunto com o Ministério Público, Conselho Tutelar, delegacias e juizados.
“No momento em que essa mulher entra na UPA, se ela precisar ir para o HMC, o HMC já está notificado, o Conselho Tutelar já está notificado, todo mundo envolvido — Defensoria, Ministério Público —, e assim a rede vai funcionar. E Cuiabá, consequentemente, vai reduzir seus números”, afirmou.
A vereadora Michelly Alencar (União) também reforçou a importância da retomada dos atendimentos nas UPAs. “É um estado [Mato Grosso] que tem o maior número de vítimas de feminicídio. Nós temos índices que só crescem, então é uma realidade que precisamos, de fato, pensar em como oferecer uma melhor estrutura. Deveríamos ampliar para as quatro UPAs da cidade, e não tirar das duas que já atendiam”, declarou.
Para a vereadora, não basta “fazer palestra e se mostrar consternado com a dor de perder mulheres, com o estupro, se não temos um local de acolhimento para quem está em situação de vulnerabilidade. Uma mulher menor de 18 anos, em Cuiabá, hoje, não tem como ser acolhida. E a gente precisa resolver isso”, asseverou.
Vídeo:
Leiagora
Foto: Reprodução/Montagem Leiagora

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *