Polícia

Vereador acusado de crimes sexuais é clínico geral do PSF e recebe quase R$ 29 mil

Profissional da saúde conciliava o exercício da medicina com a vereança e chegou a ser o vereador mais bem votado de Canarana.

Vereador acusado de crimes sexuais é clínico geral do PSF e recebe quase R$ 29 mil
O médico e vereador Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa (PL), acusado de produzir pornografia infantil e praticar crimes sexuais contra menores, atuava como clínico geral concursado em uma unidade do Programa de Saúde da Família (PSF) de Canarana (823 km de Cuiabá), com salário de R$ 28.911,95. Ele é servidor da unidade há mais de 10 anos.

Conforme informações disponíveis no Portal Transparência, o médico que teve o registro profissional em 2009, ao se formar na Universidade de Cuiabá (Unic), começou a atuar no PSF em 2014 com cargo efetivo. Sem atualização de especializações no próprio site do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), ele exerce o ofício como clínico geral.

Somado a isso, o profissional da saúde conciliava o exercício da medicina com a carreira política, que decolou ainda em 2020, quando foi o vereador mais bem votado da cidade em seu primeiro mandato na Câmara de Canarana, pelo Patriotas. Já em 2024, seguindo um tom mais à direita e ao conservadorismo, filiado ao Partido Liberal, o médico cravou 509 votos, ficando em terceiro lugar entre os mais bem aceitos pela população.

É justamente pelo prestígio na cidade que o delegado Flávio Leonardo teme que as vítimas de abuso e exploração sexual não denunciem. Até o momento, as investigações apontam que ao menos cinco meninas foram vítimas do médico, que preferia menores em situação de vulnerabilidade.

Thiago foi preso no sábado (31), em meio às investigações da Polícia Civil que apontam que ele produzia, armazenava e distribuía conteúdos de pornografia infantil, além de abusar de menores de idades. Dentre as vítimas estão uma criança de 2 anos e uma adolescente de 15, esta última era mantida como “escrava sexual” do médico desde os 12 anos de idade.

A casa e o consultório do suspeito foram alvos de buscas e apreensão, onde uma série de produtos eróticos foram recolhidos junto de roupinhas de bebê.

A Justiça determinou que ele continue preso preventivamente e o CRM-MT já instaurou uma sindicância para apurar a conduta do profissional, que poderá ser alvo de processo ético.

Leiagora
Foto: montagem / Leiagora

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