A atriz Mayana Neiva, diz que sofreu preconceito por ser nordestina: “Absurdos disfarçados de elogios”

Paraibana, que está na série “Rotas do ódio”, diz sentir muito orgulho de suas raízes: “Meu sotaque sempre foi minha identidade, quem eu sou”

Mayana Neiva é a protagonista da série Rotas de Ódio (Foto: Henrique Resende/Divulgação)

Mayana Neiva está de volta à ativa. A atriz, cujo último papel nas novelas foi como Karine Assad, de Éramos Seis, folhetim que chegou ao fim em março do ano passado, pode ser vista atualmente na série Rotas de Ódio, no Globoplay.

Na trama, a paraibana, de 37 anos, interpreta a delegada Carolina Ramalho, que lidera o departamento de crimes raciais e de intolerância em São Paulo. Enquanto tenta salvar sua unidade, a personagem luta contra uma violenta facção. Mayana afirmou que não teve como não ficar impactada com os crimes durante a gravação da série.

 

“Acho que não existe trabalho sem você ser atravessado por aquilo. Uma das atrizes com quem trabalhei, a Renata Perón, é uma mulher trans, que foi atacada por uma gangue de ódio só por estar caminhando na Praça da Sé. Ela chegou a perder um rim. Uma mulher é vítima de feminicídio a cada sete horas no Brasil. Não é só sobre a série, a nossa realidade precisa mudar. É difícil falar sobre esses temas, mas eles são muito necessários”, defende.

A atriz conta que se surpreendeu negativamente ao saber do alto número de casos de crimes de ódio e intolerância no Brasil. “É muito chocante, sim. É terrível, acontece o tempo inteiro, é revoltante. Mas acho que é olhando para essas coisas que a gente consegue transformá-las. A gente vive um ponto na história em que essas dicotomias são muito legitimadas. O ódio é muito legitimado. As pessoas acham OK espetacularizar a violência do outro. Agredir ou matar o outro porque ‘ela não me quer mais’, porque ela tem um corpo trans. A violência como linguagem é uma marca muito forte do nosso tempo”, afirma Mayana Neiva.

Quem/redação

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