Autos e Motores

Caminhões elétricos FNM já tem pré-vendas de 7 mil unidades.

As informações foram confirmadas ao Blog do Caminhoneiro por uma fonte que participa do projeto dos novos FNM.

A Fábrica Nacional de Mobilidade negociou recentemente com a Ambev um lote de 1.000 caminhões e vans totalmente elétricos, que devem chegar às ruas de todo o Brasil até o final de 2021.
Mas além dessa negociação expressiva, a FNM Elétricos já tem diversos outros interessados nos veículos, somando pré-vendas de mais de 7 mil unidades, em diversos lotes.

As informações foram confirmadas ao Blog do Caminhoneiro por uma fonte que participa do projeto dos novos FNM.

A FNM Elétricos é uma startup que participou do programa de aceleração “100+ Aceleradora”, da Ambev, que pretende zerar as emissões de carbono na logística da Ambev até 2025. A FNM renasceu em 2008, e pertence à Obvio!, que já atua há décadas no desenvolvimento de soluções de mobilidade elétrica, com os projetos feitos pela Lotus Engineering, da Inglaterra e com diversos parceiros internacionais de ponta.

Caminhões do futuro

Os novos caminhões FNM 832 e 833 tem PBT de 13 e 18 toneladas, e baterias que lhe garantem autonomia de 100 a 700 quilômetros, dependendo da operação do cliente, sendo construídos em sistema modular.

O motor recebe um controlador com padrão Avionics, uma tecnologia usada em aviões, satélites e até foguetes espaciais, que realiza o gerenciamento total das operações do veículo. Esse sistema pesa somente 85 quilos,  contra os cerca de 500 quilos de outros motores elétricos disponíveis no mercado.

As baterias, fornecidas pela Octillion, tem alta densidade energética, e são refrigeradas com água gelada, o que garante ainda mais desempenho e autonomia, com menor peso. As baterias também usam sistemas de recarga de 380 volts, mesmo padrão industrial convencional, o que não precisa de estações de recarga de altas voltagens, que tem custo maior.

Os veículos são equipados com sistemas e sub-sistemas que usam tecnologias de ponta, tendo baixo consumo energético e emissão de ruídos praticamente zeradas, além de não lançar nenhum poluente na atmosfera.

Os caminhões recebem a tecnologia Smart Truck, que permite uma melhor gestão de frota, com conectividade e monitoramento de 100% da operação.

Além disso, os custos de manutenção são menores que o de veículos diesel, além da manutenção ser mais simples, por conta do veículo ter menos partes móveis e ser construído em sistema modular. Toda a manutenção dos modelos poderá ser feita nas revendas a Agrale, empresa parceira no projeto.

Vendas de soluções

Para negociação com os clientes, a FNM elétricos realiza um estudo de Custo Total de Operação, que precisa fechar a conta de forma positiva. Além disso são analisados diversos aspectos da operação, como topografia, distâncias e disponibilidade de estações de recarga, permitindo que os caminhões sejam construídos de forma modular e voltados a atender a operação dos clientes sem aumentar custos.

Negociação e produção

Diversas empresas do Brasil e da América Latina já se mostram interessadas nos modelos elétricos da FNM, e a empresa já recebeu cerca de 7 mil pré-encomendas de veículos para entrega nos próximos anos.

Além disso, a FNM realizará um projeto de RePower, uma tecnologia que permite que veículos convencionais a diesel ou gasolina sejam convertidos para modelos elétricos, com menores custos de produção do que um veículo completamente novo. Veículos equipados com essa tecnologia serão enviados para testes no Japão.

A produção dos caminhões, que acontece na fábrica a Agrale em Caxias do Sul-RS, oferece capacidade de produção total de até 200 caminhões diariamente, podendo suprir a produção total das 7 mil unidades pré-reservadas em cerca de um ano.

Histórico

A Fábrica Nacional de Motores foi uma empresa estatal criada pelo Governo que funcionou entre 1942 até a década de 1970. A montadora fabricou mais de 60 mil caminhões em seus anos de história, comemorando a produção de 10 mil unidades em 1958, nove anos após ter iniciado a produção de caminhões.

A FNM Elétricos, como tem se mostrado, poderá superar esses números de produção em poucos anos, devido ao grande interesse que tem despertado em grandes frotistas que buscam reduzir as emissões de poluentes sem comprometer os custos de operação da frota.

G10

Rafael Brusque / Blog do Caminhoneiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *