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Churrasco, bom chimarrão e outras tradições gaúchas.

O Entretê destaca manifestações culturais dos migrantes potiguares em Mato Grosso.

Churrasco, bom chimarrão e outras tradições gaúchas

Potiguar é o adjetivo relativo a quem nasce no Rio Grande do Norte. Mas é a palavra ‘gaúcho’ – do morador da zona rural do estado sulista – que ganhou o Brasil. Aliás, os gaúchos também ganharam o Brasil, principalmente Mato Grosso: muitas das cidades mato-grossenses foram fundadas por eles.

Dia do Gaúcho, comemorado nacionalmente em 20 de setembro, o Entretê levantou algumas manifestações culturais dos migrantes em Mato Grosso. Além do churrasco e do chimarrão, as tradições gaúchas se expressam no esporte, nas artes, na gastronomia, na moda, no linguajar, etc.

Cuiabá abriga o mais antigo Centro de Tradições Gaúchas (CTG) de Mato Grosso, chamado Velha Querência e localizado a caminho de Santo Antônio do Leverger, na Rodovia dos Imigrantes. Lá, gaúchos e amantes de tais expressões culturais se encontram para celebrar, se confraternizar, manter os costumes daquele povo. A importância de fortalecer as raízes é tão grande, que o Estado tem outros 34 CTGs no interior.

Márcia Ferro Pereira é a patroa da primeira Patronagem exclusivamente feminina do CTG Velha Querência. Sim, patroa é o cargo de presidenta, seguida pela capataz (vice-presidenta), a sota-capataz (tesoureira) e a agregada das pilchas (secretária). Formalmente, a entidade associativa ainda tem os cargos de segunda tesoureira e segunda secretária, mas, para fins tradicionais, as nomenclaturas do linguajar gaúcho são mantidas. E, para quem também ficou curioso, ‘pilcha’ é a vestimenta tradicional.

O CTG Velha Querência também representa Mato Grosso em nível nacional em competições de prendas adultas. As ‘prendas’, mulheres que mantêm as tradições, participam de competições locais, regionais, estaduais e nacionais, que avaliam atributos como conhecimento cultural, dança, declamação de textos ou poesias e domínio da culinária.

Laysa Ferro Pereira, que também compõe a Patronagem do CTG Velha Querência, ficou em 3º lugar na competição estadual de prendas e, por indisponibilidade da 1ª e da 2ª prenda, representou Mato Grosso no cenário nacional. Ela tem 23 anos, é solteira e concorre na categoria “prendas adultas”, da qual participam mulheres entre 18 e 30 anos. A categoria vai de infantil a ‘xiru’, que se refere às prendas de 50 anos ou mais.

São atributos importantes às prendas, além do domínio das manifestações culturais, postura, elegância, se comunicar bem, boa redação, lembrando que os concursos têm provas teóricas e práticas… “Beleza é o que não conta”, destaca ao Entretê a patroa Márcia Ferro Pereira, mãe coruja de Laysa.

Tão ligados às tradições gaúchas, obviamente comemoram o Dia do Gaúcho. Aliás, a semana. A Semana Farroupilha do CTG cuiabano terminou no último domingo. E, assim, como outros encontros durante o ano, foi com churrasco e bom chimarrão, sim, mas também tiveram danças tradicionais (há a chula, a chimarrita e outras mais de 30), a música na gaita e no violão, o canto, declamação de poesia, campeonato de bocha, canastra e muitas delícias: polenta, costela de chão, porco à paraguaia, sagu, etc. Geralmente ainda tem prova de laço, só neste ano que não teve.

Dia do Gaúcho

Vinte de setembro é o Dia Gaúcho, a fim de marcar o início da Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos,  nesse dia, em 1835. 

A Revolução Farroupilha foi uma revolta regional contra o Governo Imperial do Brasil em um movimento separatista. Recebeu esse nome por conta dos farrapos que os combatentes vestiam.

Entretê

Foto: Reprodução / Facebook CTG Velha Querência

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