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Conheça cemitério que troca túmulos por árvores em Nova Lima

‘Cemitério do futuro’ contará com galeria de arte e jardim botânico. Tecnologia vai ajudar os visitantes a saber mais sobre as pessoas homenageadas

  Famílias podem escolher entre sete espécies de árvores(foto: BioParque/Divulgação)

Uma iniciativa idealizada na capital pretende mudar o significado de um dos momentos mais difíceis da existência humana: a morte. Ao invés de túmulos, mausoléus e urnas, familiares poderão plantar uma árvore representando o ente querido. Instalado em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o BioParque transforma o formato tradicional de um cemitério em uma espécie de parque ecológico.

 

“Oferecendo aos seus clientes a possibilidade de vivenciar uma experiência singular e exclusiva, o BioParque propõe transformar as cinzas do ente querido em parte de um substrato preparado para o plantio de árvores a serem escolhidas por quem presta a homenagem”, dizem os responsáveis. 
O BioParque não realiza os serviços funerários. Assim, a cremação deve ser feita em outra empresa do ramo. Segundo o grupo, depois de escolher uma espécie típica regional, as famílias participam de uma cerimônia para a plantio das sementes nas chamadas BioUrnas.

Desenvolvidas na Espanha, elas são monitoradas por até 24 meses por uma equipe especializada em um viveiro. Depois do período, os parentes e amigos do falecido realizam uma nova cerimônia para o plantio definitivo da árvore no BioParque. O local da homenagem poderá ser escolhido, em uma parte alta do terreno ou às margens do Rio das Velhas, que passa pela área.
Haverá ainda uma plataforma pela internet para acompanhar o crescimento da planta, identificada por QRcode. Será possível inserir imagens, textos e áudio para contar a história da pessoa que é homenageada por meio de um livro de memórias virtual. Assim, quem visitar o parque poderá saber mais sobre a pessoa representada por aquela árvore. 
As pessoas podem escolher uma árvore, um jardim com quatro árvores ou um bosque com 20 árvores – esses últimos, como se fossem substituições aos mausoléus. Nas três categorias, os preços variam de R$ 10 mil a R$ 200 mil (o segundo, preço inicial dos bosques).

Projeto

No mapa é possível escolher o local do plantio(foto: Reprodução da itnernet/BioParque)

Os primeiros estudos para a elaboração começaram em 2013. A unidade de Nova Lima, que é a primeira do Brasil, foi lançada há um ano. Naquela época, foi inaugurado um showroom e o IncubCenter (onde as mudas se desenvolvem) no Bairro Sion, Região Centro-Sul da capital. 

“A família procura o BioParque em algumas situações, se já têm as cinzas em casa e resolvem dar uma destinação, ou se perderam alguém recentemente e acabaram de optar pela cremação. Também há famílias se desfazendo de jazigos e, ao repensar o sepultamento e um ente querido optam por fazer a exumação, a cremação e fazer a homenagem no BioParque e, em muitos casos, quando querem pensar nisso para o futuro”, explica o CEO responsável pelo empreendimento, Hugo Tanure. No ano passado, ele apresentou o projeto em uma entrevista ao EM, e falou sobre o objetivo de ressignificar o luto passando por questões sociais e ambientais. 

O empresário diz que houve aumento da procura no contexto da pandemia de COVID-19. “Posso te dizer que foi, no mínimo, 200% de aumento”, comenta. “As pessoas nos procuram no sentido de substituir o velório que vão fazer ou que não puderam fazer (para evitar aglomerações), já que a cerimônia pode ser feita a qualquer tempo e, em algum momento, poderão convidar familiares e amigos para se despedirem fazendo uma homenagem”, comenta. 

Showroom no Bairro Sion, que recebe as cerimônias atualmente(foto: BioParque/Divulgação)

Em função da necessidade de isolamento social, a abertura do parque em Nova Lima precisou ser adiada para o segundo semestre de 2021. O espaço contará com uma galeria para exposições de arte, orquidário e Jardim Botânico.

A nova unidade deve ser inaugurada ainda este ano em São Paulo. O grupo pretende abrir outras unidades em Brasília (DF), Salvador (BA), Curitiba (PR) e no Rio de Janeiro (RJ). Cada unidade terá capacidade para o plantio de 30 mil árvores. 

Estado de Minas/site parceiro

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