Do leitor

DO LEITOR: RIO VERMELHO

Por Isaias Dias

O rio vermelho,

Está vermelho de raiva,

De areia, de galhos mortos

Jogados em seu leito.

São lágrimas escorrendo,

Num filete amargo, sem vida

Sem minas, seco a soluçar.

Suas margens

Desertos, incertos, de cerrados retorcidos,

Banido…

Capim rasteiro, sem serventia.

Vai lento, arrastando-se, fétido,

Vitupério…

O rio vermelho,

Vermelho, da cor do sangue,

A escorrer das veias

Dilaceradas,

Sacrificado na cruz do progresso

Que pune os sonhos…

Detrimentos de vida…

Nas árvores caídas…

Moídas…

Trituradas…

 Para nascer capim,

Sem fim concreto.

No vender da carne, resultado do mercado.

O morrer do rio vermelho

Vermelho de dor

Para a bolsa crescer.

Isaias Dias é licenciado em Letras e Literatura pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e Teologia pelo Seminário Teológico Batista de Mato Grosso. (STBMT). Compositor de músicas Sacras e membro da Academia Rondonopolitana de Letra, ocupando a cadeira nº 14.

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