Do leitor

ENIGMAS

 

Enigma, do grego aínigma.atos, segundo o Dicionário Online de Português, significa coisa difícil de definir, de conhecer a fundo, de compreender.

E tem enigma maior do que a origem e o futuro da humanidade? De onde viemos e para onde vamos, não são as perguntas fundamentais da filosofia?

Sei que não sou a pessoa mais indicada para responder a tais perguntas, nem filósofa eu sou, se é que alguém já conseguiu respondê-las a contento. Meu objetivo é apenas lembrar aos leitores que, se não sabemos sequer as respostas para perguntas tão básicas como estas, por que nos achamos capazes de apresentar soluções para quase tudo que acontece à nossa volta?

É … o ser humano é, ele próprio, o maior e o mais complexo enigma vivo na face da terra. Um “ser” pequeno, frágil, e insignificante frente à grandeza do universo que, contudo, conta com uma capacidade que o diferencia de todas as demais espécies: a consciência e, melhor, a consciência de sua consciência, o que o torna capaz de agir de forma metódica e sistemática sobre o meio circundante, inicialmente, tirando daí seu sustento e de seus semelhantes. Digo inicialmente, porque, nas últimas décadas o ser humano passou a perceber que é parte da natureza que, até então, apenas explorava, o que mudou substancialmente sua relação com a mesma.

A partir de então, tem início inúmeros movimentos em defesa do meio ambiente, do equilíbrio ecológico e da necessidade do homem estabelecer uma relação de parceria com a natureza e não tomá-la meramente como objeto de exploração. Um movimento que, infelizmente, não envolveu a todos os homens. Muitos que lucravam e ainda lucram com a exploração de minérios, minerais, entre outras atividades econômicas de exploração indiscriminada da natureza continuaram e continuam a agir como se nada estivesse acontecendo, dificultando, quando não impedindo, o trabalho de conscientização e mudanças de atitudes dos setores produtivos.

Este também é um enigma a ser decifrado: por que alguns homens não conseguem ir além de interesses econômicos e de poder, mesmo sabendo que

estão caminhando para o fim de sua própria fonte de sobrevivência e de sua da humanidade? Ou será que o poder econômico e político decorrente do modo como exploram a natureza e seus semelhantes os deixam tão alienados ao ponto de acharem que as coisas são “assim mesmo”? Um “desígnio de Deus”?

Vai saber! Mas que merece uma investigação mais ampla e profunda merece!

 

 

(*) Wilse Arena da Costa, Profa. Doutora em Educação. Palestrante, Escritora e Membro Fundadora da Academia Rondonopolitana de Letras/MT, Cadeira n° 10. Contato: wilsearena@hotmail.com

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