Ler

Se estou triste, vou ler.

Se estou feliz, vou ler.

Se estou agoniada, o que eu posso ler?

Se preciso tomar uma decisão, vou ler.

Se quero relaxar, vou ler.

Se vou viajar, que livro vou levar?

Se que dar um presente lindo, que livro vou dar?

Se estou de aniversário… que livro vou ganhar?

Se gosto muito de uma pessoa … qual livro posso dar para ela?

Se sinto que a pessoa precisa de auxílio … que livro posso ler com ela?

Olho para meus livros e penso nas pessoas que ficariam felizes, acolhidas, encantadas, fascinadas com a leitura.

Tipo: essa pessoa tem a cara desse livro…

Ou: esse livro é a cara dessa pessoa.

Pessoas e livros combinam e não combinam. Não há livro ruim ou bom, há aquele livro para aquele momento da vida. E um mesmo livro pode ser lido de várias formas e em variados momentos. E “sempre” nos encontrará de diferentes formas e provocará diferentes emoções em nós.

Somos também as leituras que fazemos de tudo, das pessoas, dos lugares, dos alimentos, das bebidas, dos animais, das plantas, da água, do vento, do céu, da lua, do nosso corpo, mente, alma, do ar, dos pássaros, dos peixes, do rio, do mar … da vida.

Viver é juntar leituras, e a literatura às vezes nos faz encontrar sentidos em nós mesmos, em nossa caminhada, nossas escolhas. Ler é vida! Ler é arte! Meus guardados de livros são as fases da minha vida: Éramos seis, da Maria José Dupré, Pollyanna, da Eleanor Porter, Camilo Mortágua, do Josué Guimarães … livros sobre relacionamentos, filhos, trabalho, ser mulher, Balsac quando fiz 30, Kafka aos 40, e aos 50, Clarice Lispector, Manoel de Barros e a caminhada segue.

E hoje, olho para minhas leituras como remédios homeopáticos que fui lendo pela vida. E continuo tomando, opa, lendo para tudo o que estou vivendo. Os livros não resolvem, sou eu que resolvo, os livros me dão o espaço de acolhida de mim mesma, e olhando para dentro, exercito meu autoconhecimento. E quanto mais me conheço, mais tenho possibilidade de me entender, me aceitar, me perdoar, me acolher, me expandir, e me fortalecer como filha, mulher, mãe e todos os papéis que eu quiser exercer.

Sem culpar nada, nem ninguém, me responsabilizando pela vida que recebi e hoje sou eu que preciso cuidar. Buscando a cada dia, viver o meu propósito, aproveitar o dia, as horas, os minutos, os segundos, cada instante. Viver é lindo! Ler é um grande privilégio! Escutar é um belo exercício. As palavras possibilitam esta ligação entre nós, os livros e nós mesmas. Tão lindo ter a oportunidade de pensar sobre nós mesmos através da leitura. É isso, a leitura é essa terapia que podemos utilizar sempre que quisermos. Muitas leituras para você, é o que posso lhe desejar, que sejam muitas e lhe tragam o que você está buscando!

Edirles Mattje Backes é formada em Letras, com mestrado em Educação. Professora no ensino superior e escritora.

Publicou Calcinhas Folgadas e outras liberdades secretas, em 2019, pela Umanos e A sala de aula é um lugar para ser feliz, em 2021, pela Amazon. Exercita a leitura no instagram @edirlesmattje e debate sobre educação no podcast DESEDUCA.

GazetaMT

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