Autos e Motores

MG: Uma réplica de respeito

Versão brasileira do MG TF é de encher os olhos

 Com carroceria moldada em fibra de vidro, o A-11 foi projetado e construído pelo piloto e industrial Antonio Carlos Avallone (1933-2002) para utilizar motor dianteiro refrigerado a água e chassi próprio, formado por quatro longarinas paralelas. Concepção, por sinal, bem distinta da do MP Lafer, outro produto nacional com o qual é frequentemente confundido. O MP foi inspirado no MG TD e teve como base Mecânica Volkswagen refrigerada a ar, além de motor traseiro.

Beleza, elegância e acabamento são termos que se encaixam bem na réplica nacional Avallone do inglês MG TF de 1953, um dos mais belos produtos da indústria de veículos fora de série no País, que viveu seu auge nos anos 70 e 80.

O exemplar desta reportagem, impecavelmente conservado, pertence há três anos ao comerciante paulistano João Batista Pereira Neto. Vermelho com interior caramelo e capota bege, o esportivo foi fabricado em 1977 é o de chassi de número 2, o que o valoriza ainda mais.

O carro não é somente belo. É bem acabado e enriquecido com acessórios trazidos da Europa. No interior, o volante MG inglês estilo “banjo”, posicionado na posição vertical, harmoniza com o painel fabricado de madeira de lei e instrumentos redondos Smiths: velocímetro e conta-giros, maiores, e marcadores de combustível e de temperatura da água, em duas peças menores. Ainda no painel, uma elegante alça em metal, conhecida popularmente no Brasil pelo apelido “pqp”, também traz a marca MG.

Num nicho abaixo, perto da alavanca de câmbio — que tem pomo de madeira clara –, estão posicionados relógio e voltímetro VDO. As pequenas lanternas traseiras, com lentes de vidro, são inglesas, da marca Lucas. O pacote britânico inclui ainda retrovisores e emblemas importados. As rodas fechadas aro 15, adornadas com calotas cromadas MG, são calçadas com pneus Pirelli Tornado Alfa 5.60.

 

Em relação ao MG TF, diferença mais visível na carroceria são as portas de abertura tradicional. No modelo inglês, elas eram do tipo “suicida”. O motor, original, é do Chevette, assim como o câmbio e a suspensão. Ao longo da fase de fabricação do veículo, encerrada na primeira metade dos anos 80, Avallone utilizou propulsores mais potentes, de Opala e Monza, o que tornou o A-11 ainda mais divertido de dirigir, segundo relatos dos felizardos que tiveram o privilégio de acelerar essas máquinas.

Foto e texto: Roberto Bascchera

 

 

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