Política

Por cargos bancada de MT corre pro colo político de Bolsonaro

O Congresso, palco da negociação

Uma negociata bilionária está por trás das tratativas (negociata mesmo) do presidente Jair Bolsonaro com o chamado Centrão, que é uma convergência de partidos de direita e nem tanto de esquerda. Na mesa pra negociar, dentre dezenas de congressistas de todos os cantos do Brasil, sete deputados federais e os três senadores mato-grossenses. Não se trata de composição pra formação de governo de coalizão, mas de fisiologismo, puro jogo de interesse. Bolsonaro tem uma lista com empresas públicas e autarquias pra oferecer – juntas elas têm um orçamento de R$ 68,5 bilhões, montante que é visto com olhos gulosos por parte daqueles que em tese deverão definir pelo impeachment ou não do governante, caso o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), bote em tramitação um dos pedidos nesse sentido. Mato Grosso participa desse esquema com os senadores Jayme Campos (DEM), Carlos Fávaro (PSD) e Wellington Fagundes (PL); e com os deputados Carlos Bezerra e Juarez Costa (ambos MDB), Neri Geller (Progressistas), Emanuel Pinheiro Neto (PTB), Leonardo Albuquerque (Solidariedade), Nelson Barbudo (PSL) e José Medeiros (Podemos).

Bezerra e o velho e bom poder

O Centrão é a máquina corporativa que dá o rumo parlamentar ao Congresso. Ele reúne senadores e deputados do MDB, PHS, Progressistas, Solidariedade, Podemos, PTB, Democratas, PEN, PSL DEM , PTN, PSD, Republicanos, PL e outras  siglas que formam o poder. Bolsonaro iniciou as negociações. O presidente tem na manga da camisa, pra oferecer, o  Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit),  Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs ), Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Banco do Nordeste,  Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos (SCTIE) e outros orgãos públicos nos escalões intermediários do governo, mas que têm autonomia financeira bilionária. Coisa de virar a cabeça.

Não há indicativo de que congressista mato-grossense negocie isoladamente com Bolsonaro – os partidos é que cuidam da questão, que formalmente é tratada como se fosse uma solene aliança pela governabilidade nacional. Da bancada mato-grossense, somente a deputada petista Rosa Neide não será abduzida pelo poder avassalador que Bolsonaro terá após bater o martelo com os ávidos congressistas à espera do sinal verde. O partido de Rosa Neide faz oposição ao presidente.

Emanuel no embalo do PTB

Nenhum congressista mato-grossense toca abertamente na negociação. Até então, a Imprensa cuiabana trata a questão do Centrão no plano nacional, sem  regionaliza-la, o que é importante, pois o que se decidirá em Brasília levará a chancela de políticos eleitos por Mato Grosso.

No contexto do apoio do Centrão a Bolsonaro é preciso observar que José Medeiros sempre o apoiou e em Mato Grosso se desponta na condição de maior aliado do presidente no Congresso. Resta saber, se em caso de efetivação da negociação, Medeiros também receberá uma fatia do poder pra ocupar.

Wellington: se tem Dnir ‘tou’ lá

A negociação avança em meio a uma pesada troca de chumbo entre Jayme e Bolsonaro. O senador sugeriu que o presidente deva se submeter a exame de sanidade mental. A reação, por vias indiretas, foi pesada, apesar de extemporânea. O Congresso em Foco postou reportagem acusando Jayme e seu irmão e ex-senador Júlio Campos (DEM) de enriquecimento ilícito quando ambos foram governadores (Júlio, de 1983 a 1986) e Jayme (de 1991 a 1994). A mesma postagem acusa o clã dos Campos pelo assassinato do advogado e candidato derrotado a prefeito de Várzea Grande, em 1982, Celso Quintela (PMDB), em 26 e novembro daquele ano. O material jornalístico acrescenta que os Campos teriam tentando armar um esquema para assassinar o padre Raimundo Pombo (PMDB), que disputou o governo com Júlio em 1982.  Pra completar o rol das acusações – que seriam com base em documentos do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI), Congresso em Foco recapitula denúncias de que a eleição de Júlio ao governo teria sido fraudada. Jayme e Júlio negam as acusações.

Aparentemente a troca de farpas não afasta Jayme da negociação. Resta aguardar que em nome do entendimento conduzido pelo presidente nacional do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto,  o senador mato-grossenses fume o cachimbo da paz em algum gabinete confortável numa das autarquias oferecidas pelo presidente.

Redação Boamidia/site parceiro

 

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