Opinião

Respeitar às minorias é respeitar a nós mesmos.

No Brasil é muito difícil falar de certos assuntos porque promovem controvérsias acaloradas, isto quando não, dependendo do assunto, como deste que iremos tratar agora, movem pessoas a praticar crimes como ameaças, ofensas desmedidas, lesões corporais e psicológicas, quando não até a própria morte daquele que ousa adentrar num tema que desperta tantas e iradas controvérsias.

Segmentos da sociedade não reprimem crimes gravíssimos, como tortura, infanticídio, estupro (os defensores do machismo sequer abrem o bico quando se trata deste assunto, mas dizem ser de família, de Deus, essas afirmações que eles não garantem), agressões de todos os tipos contra as mulheres, os homossexuais e demais segmentos da sexualidade, mas tem um prazer mórbido, maléfico, destruidor de se voltarem contra os homossexuais, os bissexuais, os transgêneros e todos aqueles que possuem a manifestação sexual diferente daquilo que eles consideram o padrão universal.

Entendo que essas pessoas que professam sexualidade diferenciada daquela que os entendedores professam cinicamente como a mais natural e normal (quanta ilicitude nesse achismo) são primeiramente entes humanos como qualquer um de nós. Às vezes até nós somos um deles, escondidos nos armários vistosos e aconchegantes de nossas casas, temerosos de nos mostrarmos, de dizermos quem somos, de aliar-nos àqueles que lutam pela causa das minorias, que não se deixam instrumentalizar pelos falsos moralistas, que vão à luta por serem reconhecidos como seres humanos, cidadãos normais que contribuem para o progresso e desenvolvimento do país.

Essas minorias, nos tem dado exemplos de crescimento, de integração e preocupação social, de participação no seio da sociedade, conseguindo sobressair-se nas áreas da educação, cultura, saúde e demais plataformas de existência social, sobressaindo-se com suas capacidades, produtividade e inserção no seio de uma sociedade que insiste em rejeitá-los por pura e maléfica maldade

Quantos desses maldosos, que gravitam contra as minorias são integrantes das mesmas, lá no recôndito de sua alma, de sua cabeça, de seu cérebro?

Porque não sermos irmãos, porque não nos respeitarmos, respeitarmos os opostos, os contrários, aqueles que julgamos diferentes de nós? Porque repelir em nós mesmos sentimentos de adesão a pessoas, a semelhantes que merecem o mesmo respeito, a mesma consideração, o mesmo carinho e compreensão.

Porque devemos ser criminosos, matar os gays, os trans, as lésbicas, como se isso fosse uma forma de exterminar a humanidade representada em cada uma dessas pessoas que morrem sadicamente para combater, ainda que nos céus, o seu direito à liberdade, ao respeito?

Porque não aceitar essas pessoas, dar-lhes os merecidos aplausos por serem cidadãos que nem nós, que estudam, trabalham, produzem e não interferem na vida particular de quem quer que seja?

Porque temos de ser tão falsos, tão cínicos, tão intransigentes, ou falsos intransigentes com os opostos? Sei não, hem?

Minha solidariedade e meus parabéns à grande Nação LGBTQIA+ neste 28 de junho, seu dia, o dia das minorias que resistem e insistem em ser reconhecida como de suma importância na sociedade, assim como nós todos, independentes de cores, raças, sexualidade, o somos.

PAULO MATTOS É Formado Perito Criminal pela Academia de Polícia Civil do Paraná. Foi Escrivão de Polícia Civil da Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso. Professor da Academia de Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso. Trabalhou como Assessor Parlamentar, na Câmara Municipal de Cuiabá. Tem artigos publicados em vários jornais, como O Estado de Mato Grosso (extinto), O Dia (Extinto), Diário de Cuiabá, A Gazeta, dentre outros. Analista político cuiabano, defensor ferrenho dos costumes e tradições de nossa terra.

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