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RJ: Moradores reclamam que água servida tem gosto de terra molhada


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Agência Brasil

Cedae
Tomaz Silva / Agência Brasil

Cedae

Um relatório sobre a qualidade da água servida à população do Rio de Janeiro e de cidades da Baixada Fluminense, divulgado nesta quinta-feira (4) pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), revela que o nível de geosmina na Estação de Tratamento do Guandu está acima do limite, alterando o gosto da água, que, em alguns casos, sai das torneiras com coloração marrom. Os testes foram realizados nos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro e divulgados hoje pela companhia de abastecimento.

O problema começou a aparecer no dia 19 de janeiro deste ano, com a população de vários bairros reclamando da cor escura da água e do gosto de terra molhada que persiste até agora. Apesar de relatórios da Cedae afirmarem, por várias vezes, que os resultados dos testes estavam dentro dos padrões, a população continuava a reclamar diariamente do gosto da água. O problema da geosmina já tinha aparecido no verão do ano passado, causando diversos transtornos a milhões de consumidores.

A geosmina é um composto orgânico produzido por micro-organismos presentes no solo, como bactérias e fungos, ou na água, como as cianobactérias. No solo, a geosmina pode ser liberada após uma chuva breve. É justamente essa liberação que está associada ao que se costuma chamar de cheiro de terra molhada.

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No ambiente aquático, a liberação da geosmina está associada à alteração do gosto e do odor da água, que causa desconforto para o consumo. Os padrões estabelecidos pela Portaria 2.914 do Ministério da Saúde, indicam que o nível máximo de gosto da água fique no grau 6 (fraco ou moderado). O monitoramento, no entanto, apontou grau 8 (moderado) em dezenas de bairros da cidade, conforme aponta o relatório.

Estação de Tratamento de água do Guandu
Luis Alvarenga / Governo do Estado do Rio de Janeiro

Estação de Tratamento de água do Guandu

No início da semana, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Rio de Janeiro abriram investigação sobre a situação da água distribuída no estado. Os dois órgãos querem que não se considerem apenas os laudos feitos pela própria Cedae. Após um ano, a geosmina voltou a provocar problemas para os consumidores .

No dia 19 de janeiro, moradores de diversos bairros do Rio e da Baixada Fluminense voltaram a reclamar da qualidade da água , afirmando que estava com mau cheiro, gosto ruim e coloração escura.

Nesta terça-feira (2), o presidente da Cedae, Edes Fernandes de Oliveira, afirmou que bebe água da torneira e que sentir gosto e cheiro de terra na água depende da percepção olfativa de cada pessoa. Oliveira enfatizou que bebia água da torneira normalmente e que não percebeu qualquer cheiro e gosto diferentes.

“Eu confio plenamente nos técnicos da Cedae, na Estação de Tratamento do Guandu. Fui gerente da Estação do Guandu, sei o trabalho que se realiza lá. Para mim, na minha região, não está chegando água com gosto e odor. Vocês devem estar percebendo que algumas regiões estão reclamando e outras, não”, afirmou.

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