Política

Rondonópolis: Perseguição a ex-presidenta do Conselho da Mulher pode ter como alvo seu marido

O casal Valdir e Katiene participando de evento beneficente em Rondonópolis

A perseguição política em Rondonópolis sobre Katiene Salomão Correia, ex-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, pode ter um outro alvo: seu marido, Valdir Correia, que foi candiato a deputado estadual pelo Solidariedade nas últimas eleições, mesmo partido do atual prefeito. Ela foi eleita em julho de 2018 – bem no começo da campanha – e não conseguiu tomar posse oficialmente e nem ter sua diretoria homologada pela Prefeitura.

Katiene Correia dá entrevista como presidente do Conselho da Mulher em dezembro de 2018
Um dos motivos da ignorância do prefeito pela eleição de Katiene e a consequente negativa de sua posse, pode ter sido o fato dela ter discordado da forma como José Carlos Junqueira de Araújo – que prefere ser chamado de Zé do Pátio – conduziu o processo político e eleitoral em Rondonópolis, principalmente em relação a candidatura de Valdir Correia.
É que o prefeito incentivou e turbinou um racha dentro do próprio Solidariedade entre simpatizantes de Valdir Correia e de Erlan Pereira, diminuindo as chances reais do primeiro em se eleger deputado estadual. Avesso em formar novas lideranças, o prefeito manobrou para o partido não eleger ninguém no âmbito local e ele continuar sendo uma espécie de “soberano”, agindo para que ninguém tenha luz própria a seu lado.
Uma mostra da ardilosidade do prefeito, conforme apontou um militante do SD, foi o fato dele ter incentivado a candidatura de Erlan a poucos dias da convenção, contrastando com todo trabalho feito por Valdir Correia em todo o Estado. No município, ele confiou no prefeito para cuidar de sua candidatura, mas seu gesto foi como colocar lobo para cuidar de ovelhas. Além de lançar outro, o prefeito praticamente liberou os vereadores e servidores comissionados trabalharem para outras candidaturas, inclusive de outros partidos, como Wilson Santos (PSDB) e Janaina Riva (PMDB).
REAÇÃO DE KATIENE
Katiene foi candidata a vereadora com expressiva votação em 2016, ao lado de Zé do Pátio
Ao perceber a manobra, Katiene – que foi uma das mais fiéis candidatas a vereadora ao lado de Pátio em 2016 –  saiu em defesa de seu marido e cobrou do prefeito apoio efetivo para Valdir Correia chegar à Assembléia. A maior cobrança foi durante evento em Rondonópolis, quando Pátio menosprezou a inteligência da militância e promoveu uma caminhada conjunta dos dois candidatos do partido e que concorriam ao mesmo cargo. E ainda, usando o mesmo aparelho de som com tempo desigual para Valdir Correia.
Valdir Correia (e) com Zé do Pátio e Paulinho da Força, em evento do Solidariedade em 2018
A partir desse “enfrentamento” – processo que Pátio gosta de fazer com os outros, mas não admite que façam com ele – a falta de apoio do prefeito para Valdir Correia ficou ainda mais explícita. Uma mostra foi o fato do coordernador da campanha de Valdir colocado pelo prefeito ter provocado uma crise com Katiene há 15 dias do pleito, desestabilizando a estratégia de campanha e provocando fissuras irreparáveis para sua eleição à Assembléia. Ou seja, praticamente implodiu (impacto por dentro) sua candidatura.
Outro fator observado por analistas é que a perseghuição sofrida por Katiene no  Conselho da Mulher foi, na verdade, a repetição de um filme. É que , no segundo semestre de 2017, ela foi “fritada” quando colocada na diretoria financeira da Coder, mas o prefeito não liberava dinheiro para pagamento de trabalhadores e fornecedores. Resultado: ela teve que deixar o cargo por falta do apoio que, aliás, ela sempre deu ao prefeito e seu grupo.
No Conselho, no segundo semestre de 2018 a história se repete. Katiene se elege presidente, realiza ações, mas Pátio não formalizou sua eleição e nem homologou sua diretoria. Assim como na Coder, ela se viu obrigado a renunciar do cargo.
Em conversa com um reconhecido paisagista e especialista em jardinagem, este comparou o estilo do atual prefeito rondonopolitano a uma flor carnívora, predadora, que não deixa as demais plantas ao seu redor desabrocharen. Se fosse para dar um nome a esta variedade botânica, ele não titubeou em denominar como “Flor Soberana”.

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