Tributo ao velho e bom CBT-1090

 

 

 

Na virada dos anos 1960 para a década de 1970 a parte mato-grossense que seria remanescente com a divisão territorial que criou Mato Grosso do Sul descobriu o cultivo do arroz de sequeiro na região de Rondonópolis e no Chapadão do Parecis, no entorno de Diamantino e no Vale do Araguaia. Assim, Mato Grosso saia da lavoura de toco para a agricultura mecanizada, que exige a utilização de máquina agrícola. Nesse cenário surgiu o maior, mais potente e famoso trator de pneus brasileiro de então, o CBT-1090. 

Havia concorrência no mercado, mas o CB-1090, amarelo, com seu motor Perkins, reinava absoluto. Para os agricultores que antes, em seus lugares de origem fora de Mato Grosso, trabalhavam com máquinas agrícolas, aquele trator era tecnologia de ponta. Pecuaristas tinham aversão a ele: “aquilo é onça amarela, que come bezerros”, ironizavam, como se aquele símbolo da indústria automobilística nacional fosse frequentador de oficinas mecânicas.

Indiferentes às críticas o CBT-1090 cumpria bem seu trabalho transformando o cerrado em polo de produção em escala. O avanço tecnológico da fabricante Companhia Brasileira de Tratores (CBT), em São Carlos, no interior paulista, lançou máquinas mais potentes do mercado e a concorrência também fez o mesmo.

A agricultura diversificou-se. Virou agronegócio. Descobriu que era possível cultivar na mesma área, no mesmo ano, duas safras de soja e milho safrinha, ou outra rotação de cultura, em plantio direto, com alto índice de produtividade e excelente qualidade do grão ou pluma. O parque industrial também evoluiu. Surgiram máquinas que em respeito à memória do velho e bom CBT-1090 não podem ser comparadas com ele.

FOTO: Foto e redação boamidia

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