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Turistas se hospedam em “bolhas” transparentes para ficar perto da natureza

Hospedagem é opção para quem quer voltar a viajar, manter o isolamento social e fazer imersão na natureza

Com a flexibilização dos protocolos sanitários contra a Covid-19, o setor de turismo vem retomando as atividades e apostando em experiências diferentes para convencer o pessoal a sair de casa. Aos mais apreensivos, o turismo em “bolhas” pode ser bastante atraente. No interior de São Paulo, é possível se hospedar em cabanas transparentes cercadas por natureza.

São duas opções. Em Araçoiaba da Serra, está localizada a Cabana da Bolha, que integra o empreendimento Cabana Home, e começou as atividades em setembro de 2020. Já a Bubble Experience fica à margem da represa de Joanópolis e subiu as portas em agosto deste ano.

“Essas bolhas transparentes são uma tendência, que segue o formato de ‘glamping’ – a mistura de camping com glamour. O hóspede consegue vivenciar e observar a natureza, acordar com a luz do sol”, afirma o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), Vinicius Viegas.De acordo com o representante, ainda são poucas opções nesse formato, mas já existe pelo menos um hotel do tipo por região do Brasil.

Carol Barduk, 29 anos, e Edu Feltrin, 27 anos, criadores do perfil no Instagram Turistando SP, estiveram nas duas cabanas. “Começamos a procurar na pandemia esse tipo hospedagem, que tivesse estrutura completa, mas fosse isolada”, afirmou Carol, que chama a viagem de “turismo de isolamento”.

“É você estar em uma bolha transparente, adormecer olhando as estrelas, uma experiência de dormir como se estivesse no meio da natureza”, conta a moça. “É acampar com bastante conforto. A chance de perrengue fica bem menor”, relata Edu.

Cabana Home

A faixa-etária de Carol e Edu se encaixa no público médio da Cabana da Bolha. Segundo o sócio administrativo do local, André Nogueira, a maioria dos hóspedes são casais, entre 25 a 35 anos, de classe alta.

“A nossa ideia é atender essa busca por hospedagens bucólicas, que saem do tapete vermelho para ir em busca da natureza, do perrengue chique”, diz. O chique neste caso custa pelo menos R$ 4,8 mil, isso porque cada diária sai a partir de R$ 2,4 mil e para ficar no local é necessário fechar pelo menos duas noites.

Para visitar o local onde Luan Santana já gravou o clipe da música Assim Nasce um Bêbado, é preciso fazer reserva por WhatsApp, mas agenda se mostra bastante concorrida. Fins de semana estão disponíveis apenas em maio de 2022; já dias da semana livres podem ser encontrados em janeiro. A Cabana Home possui condições específicas para ensaios fotográficos.

Bubble Experience

Para ficar na Bubble Experience, à beira da represa de Joanópolis, o valor inicial é menor: dá para fechar uma diária durante a semana desembolsando a partir de R$ 1,6 mil, fora as taxas do Airbnb canal no qual são feitas as reservas. Para se hospedar durante o fim de semana, é obrigatório garantir duas diárias.

A agenda dali também está cheia. O fim de semana só está livre em março de 2022; dias úteis estão disponíveis em janeiro.

Glamping

As cabanas transparentes no meio do mato fazem parte da tendência do glamping, que une a vivência na natureza com o glamour de hospedagens com mais infraestrutura.

“Esse tipo de hospedagem serve para atrair novos amantes da vida ao ar livre”, pondera o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), Vinicius Viegas. “É menos imersivo que um acampamento comum, mas ainda assim uma maneira de vivenciar a vida silvestre, a fauna e a flora. É possível observar a natureza e ainda estar em um ambiente seguro, fechado”.

O termo glamping foi incluído no dicionário inglês Oxford em 2016. A modalidade de turismo para pessoas com um poder aquisitivo maior começou a ser vista nos Estados Unidos e África do Sul nos anos 2000.

O glamping também motiva o surgimento de mais opções de hotéis em domos geodésicos no Brasil, como o que foi inaugurado em fevereiro em Monteiro Lobato, no interior de São Paulo.

Domo Geodésico em Monteiro Lobato, no interior de São Paulo.

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