Do leitor

DO LEITOR: SEM ASSUNTO

Por  Wilse Arena da Costa

Uma das maiores angústias de um escritor é não se sentir inspirado para escrever. Afinal, por meio da escrita é que ele manifesta seus sentimentos e opiniões sobre determinado fato, objeto e/ou fenômeno, real ou imaginário.

Mas, pode faltar inspiração a um escritor que tem como objeto de suas reflexões um tema inesgotável como o cotidiano sócio, econômico, social e cultural de indivíduos e/ou grupos de indivíduos?

Não se trata de falta de objeto de análise e reflexão, o problema é o que dizer sobre ele. Que tese defender? Que argumentos utilizar para defender sua tese? A que conclusões chegar?

É aí que a “coisa” se complica. Seja um artigo mais simples para um jornal, ou um artigo científico para ser publicado em uma revista científica, todos os elementos supramencionados devem estar presentes e não podem ser arrolados de forma aleatória. É preciso que apresentem um mínimo de embasamento teórico metodológico, o que implica leitura e pesquisa, caso contrário, não terá credibilidade e, consequentemente, não despertará a atenção de potenciais leitores.

Como exemplo é possível apresentar uma breve reflexão sobre a insegurança, a ansiedade e o medo que parece ter tomado conta das pessoas em decorrência da pandemia causada pela disseminação do novo coronavírus, SARS-COV2, identificado em Wuhan, na China, em dezembro de 2019. Trata-se um vírus que tem se espalhado rapidamente pelo mundo inteiro e causado a morte de milhões de pessoas, porque é facilmente transmitido pelo contato, por gotículas de saliva, espirro, tosse e catarro. Daí a importância do uso de máscara e do distanciamento social. Por outro lado, é interessante observar que o vírus é facilmente eliminado com água, sabão e álcool gel.

O problema é que em meio a tantas contaminações e mortes, as pessoas se vêm submetidas a todo tipo de informação: algumas verdadeiras, outras falsas e/ou confusas, inclusive, sobre a possibilidade de criação de vacinas eficazes

em tempo record. Informações que não ajudam em nada o caos instalado em cada país, apesar de suas diferenças.

No Brasil, a crise que se instalou parece ainda pior, uma vez que não há esforços por parte do governo federal em definir políticas públicas capazes de enfrentar o problema com a seriedade que deveria.

Assim, enquanto a doença avança, o povo se desespera e o governo insiste em minimizar o poder devastador do vírus, em espalhar fake News, em trocar ministros, entre outras medidas que não auxiliam as camadas mais vulneráveis da população, justamente as que mais precisam do apoio do Estado em situações limites como a que vivemos na atualidade.

Como é possível constatar, nestas poucas linhas, defendemos a seguinte tese: o poder devastador do novo coronavírus, SARS-COV2 tem contribuído para aumentar a insegurança, o medo e a ansiedade da população.

Para comprovar a tese em questão, destacamos a rapidez com que o vírus tem se espalhado pelo mundo; a disseminação deliberada de desinformação e boatos sobre a doença, incluindo as possibilidades de criação de uma vacina em tempo record; a morosidade do governo em definir políticas públicas de combate à doença.

Em conclusão, é possível dizer que não podemos subestimar o impacto do coronavírus no Brasil, pois se trata de um país que já enfrenta sérios problemas como a falta de saneamento básico, pobreza extrema, precariedade de moradias, entre outros desafios para conter a expansão do vírus. Por isso, a população clama por políticas públicas sociais eficientes e verdadeiramente democráticas.

(*) Wilse Arena da Costa, Profa. Doutora em Educação. Palestrante, Escritora e Membro Fundadora da Academia Rondonopolitana de Letras/MT, Cadeira n° 10

 

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