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Morre, no Rio, a cantora Leny Andrade, referência do samba-jazz

Velório de Leny Andrade será na terça-feira (25), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

 

Morreu na manhã desta segunda-feira (24) a cantora Leny Andrade, aos 80 anos de idade, uma referência do samba- jazz no Brasil. A artista estava internada no Hospital de Clínicas de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro, e morreu em decorrência de uma pneumonia e uma broncopatia inflamatória. A informação foi confirmada pela assessoria do Retiro dos Artistas, onde Leny vivia desde 2019.

A notícia da morte de Leny Andrade foi comunicada aos fãs pelas redes sociais no perfil oficial da cantora. “A diva do Jazz Brasileiro, Leny Andrade, foi improvisar no palco eterno”, diz a postagem. Na foto da postagem, tem um texto que diz: “Estou indo encontrar João Donato e Tony Bennett. Música do céu. Minha voz estará sempre com vocês.” Leny era amiga do cantor americano Tony Bennet que chegou a desenhá-la. Tony Bennet morreu na última sexta-feira (21).

Em junho, a cantora foi internada com insuficiência respiratória grave e chegou a ser entubada. Leny se recuperou e retornou ao Retiro dos Artistas, mas teve uma piora no quadro de saúde.

Ainda segundo a assessoria do Retiro dos Artistas, a cantora sofria com a síndrome de Lewy, que provoca declínio cognitivo, alucinações visuais recorrentes, flutuação no estado cognitivo e sinais parkinsonianos extrapiramidais.

Velório de Leny Andrade, morta nesta segunda-feira (24)

O velório e a despedida de Leny Andrade será na terça-feira (25), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, de 10h às 13h. Em seguida, haverá uma outra cerimônia no Memorial do Carmo, no Caju, de 14h às 16h. Após a cerimônia, o corpo de Leny será cremado.

Leny Andrade fez história no samba e jazz

Leny Andrade iniciou a carreira profissional em 1958, atuando como crooner da orquestra de Permínio Gonçalves. Nas décadas de 1980 e 1990, dividiu-se entre o Brasil e os Estados Unidos, onde gravou vários discos de samba-jazz, dentre os quais o clássico Luz Neon. Lançou também CDs em parceria com instrumentistas de renome, como César Camargo Mariano, Cristóvão Bastos e Romero Lubambo.

Teve vários hits nas paradas brasileiras, e em 2007 dividiu um Grammy Latino com César Camargo Mariano para Melhor Álbum MPB ao Vivo.

Em 2018, comemorou 60 anos de carreira com apresentações pelo projeto Clube do Choro Convida, acompanhada pelo violonista Luiz Meira. Cantou as músicas que se tornaram marcantes em sua trajetória, como Estamos aí (Durval Ferreira, Maurício Einhorn), Rio (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli), Céu e Mar (Johnny Alf), Influência do Jazz (Carlos Lyra), Contigo Aprendi (Armando Manzanero), além do pout-pourri de Tom Jobim, com Este seu Olhar, Triste, Vivo Sonhando e Você vai ver e Garota de Ipanema.

Em agosto de 2022, gravou, com o pianista Gilson Peranzzetta, a música Por Causa de Você (Tom Jobim e Dolores Duran), lançada como single pela Mills Records em janeiro de 2023 em comemoração aos seus 80 anos.

Morrem Leny Andrade e Dóris Monteiro

Além de Leny Andrade, quem também morreu nesta segunda-feira (24), foi a cantora Doris Monteiro, que estava com 88 anos, e faleceu de causas naturais. Doris era considerada uma das mais expressivas intérpretes da transição do samba-canção para a bossa nova e gravou músicas de diversos compositores, como Wilson Batista, Tom Jobim, Dolores Duran, Antônio Maria, Vinicius de Moraes, Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli e Carlos Lyra.

Leny e Doris se reencontraram em 2017, quando gravaram as músicas do show dos 100 anos de Dalva Oliveira. Doris cantou o samba “Zum zum” e Leny cantou “Há um Deus”.

As artistas voltaram a se encontrar em abril de 2019, no Troféu Feira do Vinil do Rio, quando foram as homenageadas da premiação. Na ocasião, Leny já usava caldeira de rodas para se locomover, mas compareceu sem problemas ao prêmio.

 

R7

Fotos:Rede Social

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