Do leitorOpinião

O pau-rodado

Esta expressão foi cunhada para manifestar o desprezo que a gente daqui tinha para com os migrantes que vieram para cá.
 

O Agronegócio é, hoje, de longe, a força motriz da economia do Estado beneficiado com uma carga tributária camarada. Enfim, o produtor rural exporta em dólar/euro e vive aqui – neste País desigual e injusto – numa bolha de prosperidade, sob o manto e os auspícios de uma moeda desvalorizada: o real. Enfim, um negócio da China que é o nosso maior importador e responsável pelo grande superávit da nossa balança comercial.

O “Pau-Rodado”, virou milionário e tomou o poder político dos mato-grossenses e dar deliberadamente as cartas nesta área. É obra e graça deste personagem o inexequível/vergonhoso VLT que cortou 2.459 árvores, no seu percurso, e a cidade verde virou impunemente um deserto, agravando um dos piores climas do País. E esta patifaria insepulta contou com o sepulcral silêncio dos nativos!

Outro dia, no aeroporto de Brasília, eu me deparei com um expressivo político cuiabano que tinha assumindo a segunda suplência de um famoso senador. O que restou: migalhas!

Os políticos mais antigos daqui e de expressão estão se aposentando. Os novos não decolaram, pois o egoísmo e a ganância impediram de formar novas lideranças. E há um manifesto desprezo por funcionários públicos, pois os novos mandantes somente acreditam nas pessoas que são capazes de gerar lucros.

E o nome da nova ferrovia estadual Rondonópolis/Lucas do Rio Verde, passando por Cuiabá, que teria o nome de um lendário político, que lutou bravamente por tal empreendimento, foi trocado pelo nome de um famoso empresário, a pedido e por exigência (pasme!) da empresa que irá construí-la. Enfim, uma manobra que pode ser chamada de escárnio!

Os nativos perderam o trem que já apita, sob nova direção, nos domínios de Rondon. Não adianta chorar, pois o leite foi derramado sem apelo e sem perdão!

ReporterMT
Renato Gomes Nery  é advogado e ex-presidente da OAB/MT

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